O controle da exposição (tratamos um pouco disso no primeiro texto da série, no link), é feito por dois dispositivos na câmera, o diafragma e o obturador. Nesse texto trataremos do diafragma para depois tratarmos do controle do tempo de exposição no obturador.
O diafragma é composto por uma série de lâminas que, por meio de um controle, regula o que seria o tamanho do “furo” por onde a luz passa, mais a frente quando tratarmos da reciprocidade – no final da série de textos – teremos uma analogia onde o diafragma faz o controle da vazão. Note que, algumas câmeras compactas não possuem diafragma, realizando um controle análogo com um filtro de densidade neutra (escurecendo como fazemos com o uso de óculos de sol).
A abertura do diafragma é indicada por um número chamado de f-spot. Esse número não é o valor nominal da abertura (tamanho do furo em milímetros) ele é um indicador simbólico da abertura e seu valor numérico é obtido pela relação entre o comprimento focal e o diâmetro do diafragma. Nessa relação quanto maior o diâmetro (denominador da fração) do diafragma, menor será o número “f”. Isso faz com que iniciantes de fotografia se confundam quando falamos em grande abertura e se apresenta um número pequeno apara representar essa abertura.A abertura máxima de uma lente sempre está indicada na lente, na notação f/# (ou 1:#), lentes zoom (comprimento focal variável) podem ter a notação com dois números, a maior abertura para o menor e maior comprimento focal da lente (na forma f/A-B ou 1:A-B), quando possuem a notação com apenas um número, são lentes com abertura máxima constante (normalmente mais caras e se maior qualidade).
Lentes com grande abertura máxima, são chamadas de lentes claras ou rápidas (esse último termo reflete a possibilidade de se usar velocidade rápida – pouco tempo de exposição – de obturador em condições de pouca luz).
Os valores de número “f” (abertura) são normalmente: 1.2, 1.4, 2, 2.8, 4, 5.6, 8, 11, 16, 22, 32. As câmeras com esse tipo de controle podem permitir ajustes a cada f-stop, a cada meio f-stop, ou a cada terça parte. Ao passar de um f-stop menor para o próximo (não a terça parte) se está dividindo por dois a quantidade de luz que passa pelo “furo”, ao se passar de um para o anterior, se está dobrando a quantidade de luz. Lembrando que um número grande no f-spot, representa uma pequena abertura.
Nas câmeras DSLR e compactas avançadas, podemos ter controle da abertura do diafragma sem nos preocuparmos com o resto da exposição, a câmera calculará (como explicado no primeiro texto da série, no uso do modo P) o valor para o tempo de exposição (e o ISO se for deixado no automático), lembrando que ainda será possível compensar a exposição como explicado (veja o manual da sua câmera). Esse modo é chamado de prioridade de abertura é costuma ser indicado por “A” (ou “Av”) no seletor de modos de exposição da câmera.
Controlar a abertura é útil para podermos controlar a chamada profundidade de campo (qual porção da cena será tida como nítida em torno do ponto de foco ótimo). Quando diminuímos muito a abertura (número f grande) estamos aumentando a profundidade de campo. Desejamos isso, quando estamos fotografando uma paisagem e queremos que, tanto a parte mais próxima quando a mais distante da cena estejam, perceptivelmente, em foco. Quando queremos destacar o assunto principal da cena, num retrato por exemplo, escolhemos uma profundidade de campo pequena e fazemos o fundo desfocado, com uma grande abertura de diafragma (número f pequeno).
Infelizmente, não é exatamente o valor do número f (pequeno) que faz com que a profundidade de campo seja pequena, o principal responsável pelo controle do foco seletivo é o tamanho do “furo” a abertura real do diafragma (o denominador na relação entre o comprimento focal e o diâmetro do diafragma), quando maior a abertura, menos profundidade de campo temos. É exatamente por esse motivo que se tem grande dificuldade de se fazer retratos com fundo desfocado usando câmeras compactas. Podemos experimentar isso, nas câmeras em lente de foco no infinito - pinhole – onde, quanto menor o furo, maior a nitidez da imagem, mas também maior o tempo de exposição necessário para a captura.
No próximo texto trataremos do outro componente do controle da exposição, o obturador, até lá.
(Este texto foi publicado originalmente na edição 13 da revista Fotomania)